Treze milhões de brasileiros não sabem ler e
escrever. O número representa 8,7% da população acima de 15 anos. Isso
significa que o Brasil não vai cumprir um pacto internacional de reduzir
pela metade o analfabetismo de adultos até o fim do ano. Segundo
o IBGE, o município de Alagoinha do Piauí é o recordista em número de
analfabetos do Brasil. O dinheiro para alfabetizar adultos vem do
Governo Federal e o Ministério Público investiga a utilização desta
verba na cidade. “Muito provavelmente esse índice constatado pelo IBGE
não condiz com a realidade. Trata-se, muito provavelmente, de um número
que é utilizado também para a prática de fraudes, porque essa verba
relativa ao Brasil Alfabetizado é proporcional ao número de analfabetos
do município”, explica Maria Clara Lucena, procuradora federal. Por
ser o município com o maior número de analfabetos, no ano passado
Alagoinha tinha também o maior número de alfabetizadores. Eram 42
professores, que ganhavam R$ 400 por mês, além dos oito coordenadores,
que recebiam R$ 600 mensais. Na investigação, o
Ministério Público descobriu que os coordenadores e alfabetizadores
formavam as turmas, mas não ministravam aulas. Muitos dos que se diziam
analfabetos, na verdade, sabem ler e escrever. “Eles davam seus nomes
apenas para fazer número. Para que esses alfabetizadores e coordenadores pudessem formar turmas e assim receber suas bolsas”, explica a procuradora.
COMPARTILHANDO O QUE É NOTÍCIA COM VOCÊ
Comentários
Postar um comentário